Essa convicção produziu-lhe um grande bem-estar e deu-lhe uma força muito maior, que a motivação que costumava ter, para ir trabalhar todos os dias. Uma frase não lhe saía da cabeça: Nunca digas nunca, a não ser para dizer que Nunca é tarde! Às sete horas da manhã o despertador tocou e Hugo levantou-se, como acontecia todos os dias úteis da semana e dirigiu-se para a casa de banho, de forma lenta e preguiçosa. Acordar àquela hora matinal era um suplício! Sempre fora, mas com o passar dos anos o corpo pesava-lhe cada vez mais. Era nessa altura que as vozes discutiam entre si, ignorando a sua própria existência. «Não será o teu Ego que está demasiado inchado?» – Disse uma das vozes. «Chega! Para com isso. Ainda é muito cedo para começares já com os teus dilemas!» – Disse a outra. Ainda meio a dormir passou água pelos olhos e levantou a cabeça para se olhar ao espelho. Era nesse momento que o ritual diário de engrandecimento do seu Ego começava. A segunda voz a