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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 3

A JORNALISTA | PARTE I | CAPITULO 3 - A Advogada Roger tomou o pequeno almoço sem pressas mas de forma a ter tempo para fazer a higiene diária. A mala com a roupa estava num canto. Alguém a tinha ido buscar ao seu hotel e feito o respetivo chek-out. Estava tudo lá. Usou o kit de higiene e mudou de roupa. Depois disso, apesar das circunstâncias, sentiu-se reconfortado. Olhou-se ao espelho e concluiu que estava apresentável. Sentou-se na cama e aguardou. O som da   fechadura funcionou como um alarme. Aquele pensamento era um paradoxo, mas sentia que enquanto estivesse ali fechado estava de certa forma imune. A cela protegia-o de ser interrogado e formalmente acusado da morte de Karen. A porta abriu-se: a barreira que o separava do mundo, que aparentemente o condenava, tinha sido removida. «Vamos!» Disse o guarda, de forma seca. Foi conduzido a uma pequena sala completamente vazia. Os equipamentos de gravação áudio e vídeo impunham a sua presença de forma ostensiva. Eram u

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 2

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 2 - A Cela Roger sentia-se completamente perdido. Não tinha amigos em Portugal e as únicas duas pessoas a quem podia recorrer tinham desaparecido: uma estava morta a outra em parte incerta. Era um homem decidido e, normalmente, do cimo do seu metro e noventa, olhava o mundo de frente. Nada o amedrontava, pelo menos até àquele momento. A sua vida não tinha sido fácil e ele tinha seguido por alguns atalhos que guardava no armário dos esqueletos. Apesar disso considerava-se um homem bom. «Não sou nenhum anjinho, mas isso não faz de mim um criminoso!» Pensou, deitado na cama e olhando o teto da pequena divisão a que se encontrava confinado. Por mais que pensasse não conseguia descortinar o que   havia acontecido na noite passada. Não tinha a certeza se as imagens que lhe povoavam a mente eram reais ou pertenciam a um sonho, mas quando fechava os olhos via as facas enterrarem-se no corpo de Karen, apenas não conseguia visualizar quem o fazia. «Se

A JORNALISTA | PARTE I | CAPITULO 1

A JORNALISTA | PARTE I | CAPITULO 1 - O estojo de Cozinha O telemóvel assinalou a entrada de um SMS. Olhou para o ecrã: eram seis horas da tarde. Uma tarde quente, do mês de Julho de dois mil e dezoito. A mensagem de texto era enigmática. « Eu e a Anne partimos amanhã bem cedo. Podes cozinhar para nós, no palacete, hoje à noite? Assinado: Karen. » Cozinhar para a sua amada era sempre um prazer. Roger pegou no estojo personalizado   de facas de cozinha, colocou-o na mala do carro e foi às compras. Algumas horas depois tocava à campainha do palacete da Rua São Domingos, na Lapa. « É o Roger podes abrir? » O intercomunicador ficou mudo, mas a porta foi aberta. Entrou e dirigiu-se para a cozinha, cantarolando. Estava feliz por poder vê-la, mas apreensivo com a sua partida. Em cima da bancada da cozinha estava um copo de shot com vodka, a sua bebida preferida. A mensagem no papel ao lado dizia: “Para ti meu amor”. «Fantástico! Hoje temos brincadeira.» Pensou ele, ao ler o bilh

SUSPENSE EM CAPÍTULOS

SUSPENSE EM CAPÍTULOS Caros leitores, Vou iniciar um novo desafio.  Aproveitando o início do ano 2019, vou começar a escrever uma história que será uma obra de supense, publicável em livro. A ideia é publicar um capítulo por semana, embora tal possa acontecer com periodicidade maior ou menor. Trata-se de um desafio muito difícil pois os capítulos escritos e publicados não podem ser alterados, o que é muito comum quando se escreve uma obra com a dimensão que esta pretende ter.  O primeiro capítulo será publicado muito em breve. Conto convosco, como sempre, para lerem e comentarem. Boas leituras!

O MENINO DOS MORANGOS

O MENINO DOS MORANGOS Manuel estava cansado. Estávamos no início do verão e ele iria completar oito anos em Setembro. Nessa altura começaria a frequentar a segunda classe. Encostado à parede, segurava as rédeas do burro enquanto a mãe tinha ido fazer as últimas compras. Encontrava-se numa das laterais da avenida principal de uma pequena cidade nortenha. Manuel vivia numa aldeia que se situava a quatro quilómetros da cidade e tinha vindo a pé com a mãe. O pai estava emigrado em França pois o pequeno pedaço de terra que possuíam não dava para sustentar a família de oito filhos mais os pais e a avó paterna. Os pais eram muito poupados e a mãe conseguia poupar quase todo o dinheiro que o marido lhe enviava de França, naturalmente que isso representava sacrifícios para todos. Os dois irmãos mais velhos tinham ido para a escola. Cabia-lhe a ele acompanhar a mãe, porque nesse dia não tinha aulas. O burro tinha vindo carregado de feijão, de várias qualidades, legumes, ovos e morang