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A mostrar mensagens de outubro, 2019

A JORNALISTA |PARTE IV | CAPÍTULO 2

A JORNALISTA |PARTE IV | CAPÍTULO  2 – A Cozinha Terminada a primeira sessão do julgamento era hora de fazer o balanço. A acusação não estava muito feliz com o resultado, mas para o Chef Walker tinha sido um a boa jornada. Quem não tinha ficado muito feliz era o Sr. Lins. A perspetiva de não existir um culpado para o crime deixava o processo em aberto, o que não era bom para a sociedade. Ele precisava de apresentar uma boa rentabilidade, mas era igualmente importante a ausência de problemas. A realidade atestava o contrário e o chefe da segurança da empresa tinha contribuído para isso. Lins estava com o humor de um calhau e o segurança percebeu isso quando ele entrou nesse dia. Estava a fazer as noites e cruzou-se com o patrão logo de manhã: um entrava quando o outro saía. As noites eram tranquilas e uma boa parte destas era passada a dormir, mas como tinha que fazer as rondas nunca conseguia descansar como era desejável. Dormiu durante a manhã, como era seu costume e aprov

A CATEQUISTA

A CATEQUISTA Alexandre não era possuidor de características físicas, que lhe dessem algum destaque especial. Confundia-se com o grupo e procurava até passar despercebido. No entanto, um segundo olhar, permitia distinguir um conjunto de caraterísticas que o tornavam, regra geral, líder dos grupos em que se inseria. Era inteligente, obstinado, extremamente focado e de uma delicadeza e sensibilidade fora do comum.   Habitava uma aldeia perto de Vila real, a capital de distrito.  A proximidade da capital não reduzia a sua essência de aldeia. Tinha menos de um milhar de habitantes, cuja fortuna se media ou pela propriedade rural, ou pela importância do emprego na cidade. O pai dele era um dos maiores proprietários da aldeia, acumulando esse facto com uma reforma, trazida da guerra do ultramar. Isso dava um destaque especial à família. Tratava-se, no entanto, de uma visão surrealista, pois a dimensão da propriedade era exígua e a família demasiado numerosa, para viver do

O BAR

O BAR Recostado para trás, com uma expressão ausente, ele levantou o copo e sorveu mais o gole de caipirinha. Era a terceira, mas o dia era especial… O guitarrista esforçava-se por manter a atenção da audiência mas ele ignorava-o. Apenas o seu corpo marcava presença no bar. O lugar onde estava sentado era o melhor da sala, em resultado de se ter tornado cliente habitual do bar, no último ano. Estava sozinho, mas isso não parecia incomodá-lo, tal era a naturalidade com que ocupava o espaço da mesa do canto, pensada para duas pessoas. A seu lado, a mesa reservada permanecia livre. Era uma situação pouco comum, tanto mais que o bar estava à pinha. A sexta-feira era um dia diferente: o espaço enchia-se de pessoas à procura de companhia. Alheio a tudo isso, ele sedava os sentidos com álcool. «Se continuo neste ritmo vou ter de ir de Uber!» Pensou. Pediu algo para comer, isso ajudá-lo-ia a adiar o inevitável. Com um sorriso simpático, declinou o convite para se juntar à mesa