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A mostrar mensagens de novembro, 2017

OS AMANTES

OS AMANTES Estava um dia de outono fabuloso, pois embora o frio já tivesse chegado e nos últimos dias a chuva tivesse caído com abundância, o sol havia regressado e senti-lo através do vidro dava-lhe uma sensação de conforto quase semelhante ao calor humano. O pensamento voou para o marido. Estavam casados há dois anos e estes tinham sido uma constante lua-de-mel. Ele dizia muitas vezes que eram o casal mais feliz do mundo e ela concordava. Pensar no João proporcionava-lhe sempre um estado de excitação fora do normal, mas a verdade é que ela era uma mulher que se deixava levar pela imaginação e quando se encontrava nesse estado o contacto físico era como uma explosão de prazer. Quando vislumbrou a bomba de gasolina o seu subconsciente recordou-lhe que o carro estava na reserva. Aquela reunião em Cascais não era nada conveniente, sobretudo porque quando estava a caminho recebera a informação que só iria começar às dezoito e trinta e ainda faltavam três horas. Parou o

O FATO DE BANHO

 O FATO DE BANHO Quando tomava banho numa praia ocorreu à Srª. Isotta Barbarino um desagradável contratempo. Nadava ela ao largo, quando, parecendo-lhe altura de regressar, e já se dirigia para a margem, se apercebeu de que um facto irremediável acontecera. Perdera o fato de banho. -             - Por Deus! Como perdi eu o fato de banho? -             - Estou a ficar cansada!  Tomou alguns segundos do seu tempo para ponderar como sair daquela situação. Se ao menos tivesse um corpo de modelo podia emergir da água, qual ninfa, e fazer da nudez a sua arma. Ao invés os seios vazios e caídos, os anéis com que a obesidade se manifestava à volta da cintura e a púbis coberta de um matagal escuro e denso, apenas serviriam de motivo de chacota. Sorriu do risível da sua própria imagem! Talvez, se simulasse estar em perigo e afundar-se, os nadadores salvadores a socorressem e, nesse caso, cobririam a sua nudez, poupando os veraneantes de uma visão inesquecível. Se be

O REGRESSO

O REGRESSO A pequena vila piscatória estava em alvoroço! Os homens corriam para o velho porto com um entusiasmo pouco visto e as mulheres, que ignoravam o motivo da correria, seguiam atrás deles demandado saber a causa de tal agitação. - Então os homens ainda há pouco estavam por aí jogados, de lágrima ao canto do olho, e agora é vê-los esfusiantes! Que é que se passa? – Perguntava uma das mulheres debruçada na janela. - Olha Maria, não sei. Mas aqui parada é que não fico. Até morria de curiosidade se não fosse ver o que era! A notícia tinha-se espalhado, ente os homens, com um rastilho. Atla estava viva. Tinha chegado a bordo da lancha de patrulha da marinha, que a tinha “pescado” junto ao rochedo onde ela tinha caído ao mar.  Atla envergava um vestido verde, longo e cintado e, com os cabelos ao vento, acenava para terra. Os homens olhavam para ela de olhos arregalados e em êxtase. Era ela que lhes alimentava os sonhos e lhes aquecia os corpos quando