AMOR POR CORRESPONDÊNCIA O homem, debruçado sobre o corpo da jovem, chorava copiosamente. As lágrimas escorriam-lhe pela face, sem que este fizesse esforço algum para as reter, caindo em torrente sobre a mulher, como se quisessem animar novamente aquele corpo sem vida. Eram lágrimas de arrependimento, mas o mal estava feito! A causa de tudo situava-se algures no passado, mas num passado recente, apesar de tudo. Um passado de sofrimento, de mentira, de sedução mas também recheado de momentos felizes. Manuel José tinha sofrido um grande desgosto, com a perca da sua mulher, do qual, aparentemente, não conseguia recuperar. Os amigos tentavam em vão animá-lo com os mais variados comentários. - Vais ver que com o tempo tudo se torna mais relativo, a dor diminui e tu seguirás com a tua vida – diziam uns. - Um grande desgosto cura-se sempre com um novo amor – diziam outros. Apesar de ter consciência das boas intenções dos amigos, os seus comentários, ao invés de o