A CEIFA Valdemar estava muito zangado. Os pais tinham prometido que a ceifa não seria feita no dia de São João ou na véspera, mas devido ao anúncio do mau tempo tinham antecipado. O pai, vendo apenas o seu lado, estava irritado com o mau humor do filho. «O Valdemar julga que a vida é só farra? Ele tem de ajudar quando é necessário.» Disse à esposa. «Quem te ouvir falar vai pensar que não costuma ajudar. Ele já tinha pedido esta noite, lembras-te?» «Afinal o que têm de tão especial esta noite?» «Ele é o responsável pela equipa que vai construir o palanque dos manjericos. Tu, melhor que ninguém, devias saber o que isso significa, pois andavas sempre metido nessas aventuras!» O pai ficou apreensivo. Para além de estar a fazer um mau juízo do filho, sabia bem o significado de não existir um palanque. Era tarde demais para voltar atrás. Ele tinha as pessoas apalavradas para a ceifa e não podia dispensar os três filhos. Precisava de todos os braços e mesmo assim não deviam