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A mostrar mensagens de novembro, 2019

A CEIFA

A CEIFA Valdemar estava muito zangado. Os pais tinham prometido que a ceifa não seria feita no dia de São João ou na véspera, mas devido ao anúncio do mau tempo tinham antecipado. O pai, vendo apenas o seu lado, estava irritado com o mau humor do filho. «O Valdemar julga que a vida é só farra? Ele tem de ajudar quando é necessário.» Disse à esposa. «Quem te ouvir falar vai pensar que não costuma ajudar. Ele já tinha pedido esta noite, lembras-te?» «Afinal o que têm de tão especial esta noite?» «Ele é o responsável pela equipa que vai construir o palanque dos manjericos. Tu, melhor que ninguém, devias saber o que isso significa, pois andavas sempre metido nessas aventuras!» O pai ficou apreensivo. Para além de estar a fazer um mau juízo do filho, sabia bem o significado de não existir um palanque. Era tarde demais para voltar atrás. Ele tinha as pessoas apalavradas para a ceifa e não podia dispensar os três filhos. Precisava de todos os braços e mesmo assim não deviam

O PAI NATAL TECNOLÓGICO

O PAI NATAL TECNOLÓGICO A importância daquele prémio era impossível de traduzir em palavras. Filomena tinha dedicado muito tempo e esforço, para cumprir todos os objetivos, mas tinha valido a pena. Quando recebeu a caixa com o telemóvel, topo de gama, não conseguiu evitar uma pontinha de emoção. Filomena era a matriarca de uma família que, não sendo rica, vivia com desafogo. Os três filhos tinham aquilo de que necessitavam, embora sem luxos: o orçamento não os permitia. Finalmente, iria poder concretizar o sonho do filho mais velho: iria oferecer-lhe o telemóvel. «Eu apoio a decisão que tu tomares. Apenas te recordo que tens outras opções: podes vender o telemóvel e comprar uma coisa para ti, ou ficar com ele.» «Eu sei, mas o nosso filho quer tanto ter este telemóvel que vai ser a melhor prenda de aniversário que lhe podíamos dar!» Estavam os dois de acordo. Daniel tinha sonhado o ano todo com o telemóvel e quando percebeu que a mãe estava prestes a ganhá-lo não falav

A JORNALISTA | PARTE IV | CAPÍTULO 6

A JORNALISTA | PARTE IV | CAPÍTULO 6  – A esposa Ela apenas tinha falado ao seu advogado sobre os documentos que guardava no local mais insuspeito. Apesar da insistência do causídico ela não o tinha deixado sequer passar os olhos pelos papéis. Custava-lhe colocar uma pedra sobre o casamento, sobretudo por que a pedra em causa representaria o suicídio profissional do marido. Talvez valesse a pena fazer mais um esforço. Depois da última conversa percebeu que tinha interpretado mal algumas atitudes dele. Ele não a desprezava, mas, por mais que dissesse o contrário, também não a amava. A verdade, é que ela nunca tinha precisado do amor dele, mas gostava de sentir que ele estava ao seu lado e que podia contar com ele. Tinha sido sempre um casamento de aparências. Era isso que ela queria manter. Faria isso pelos seus filhos, mas por ela também. Jair tinha ido trabalhar apesar de ser feriado. Embora ele não o confessasse ela conseguia perceber que as coisas não estavam bem na empres

O PALHEIRO

O PALHEIRO Ezequiel aos catorze anos tornou-se homem. Embora, apenas bastante mais tarde tivesse entendido, verdadeiramente, aquilo porque estava a passar. Adelaide passava por ali todos os dias, por volta das seis e meia da tarde. Regressava a casa depois de um dia de trabalho: era empregada doméstica, na casa do Dr. João Campos. Nesse dia, ela desafiou-o para a apanhar e refugiou-se por detrás do poste de telefone. Começaram a jogar ao rato e ao gato. Quando cada um deles estava num dos lados opostos do poste, ela deixava-se apanhar, embora esbracejasse, aproveitado para tocar as partes do corpo dele onde conseguia chegar. Ele fazia o mesmo. Não tardou em ficar excitado, sentindo o volume das calças a aumentar, no baixo-ventre. Ela deixou que ele lhe tocasse os seios e que a segurasse contra o poste, durante alguns segundos, pelas nádegas. Depois escapou-lhe e, agarrando-o pelos pulsos, puxou-o contra o poste, rodando para um lado e para o outro. Ele nem queria a