O ALENTEJANO Chapéu na cabeça, frente à casa sentado… Marcado pelo fogo daquele sol ardente! Pelas navalhas da vida, o seu rosto cortado… Desperta ao som de um murmúrio incessante. Regressa à labuta, sinal de descanso terminado. Ceifando à tardinha, tarefa árdua desta gente! A natureza, cálida, que a seu lado despertou… Ele sem saber se esteve acordado ou se sonhou! Olhar perdido na paisagem, que imensidão… Seara madura, pelo céu azul, baço, torneada. Entre alvas paredes serve-se modesta refeição, Empada de borrego pelo vinho acompanhada. Pela terra um amor desmesurado, sem condição! Embarca num Cante que entra pela madrugada. Salmodia que torna a sua feição mais solene, Contemplativo, faz da canção arma perene. Numa vida, despertou para nova jorna! Na outra, adormeceu para sonhar com o amor… Desperto, com o que pode realizar, sonha. Dormindo, labuta nos sonhos, com ardor. O inconstante sonhar, desperto o torna, Quand