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A mostrar mensagens de fevereiro, 2019

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 7

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 7 – O Início Anabela Correia quando deixou o seu cliente não perdeu tempo. Era urgente que o detetive Perestrelo obtivesse o máximo de informação o mais rápido possível. Dadas as circunstâncias o mais provável era que o prazo de seis meses, que o ministério público tinha para deduzir a acusação, fosse reduzido de forma significativa. Era bem possível que este fosse reduzido para metade o que poderia significar que ela teria que contestar a mesma nos trinta dias seguintes, ou seja, teria apenas quatro meses para o fazer. Tinham que trabalhar rápido e bem, se queriam ter sucesso na contestação. Tinha decorrido quase um mês e a investigação continuava a esbarrar no silêncio dos interpelados ou nas portas que se fechavam. Advogada e detetive tinham consciência da gravidade e da urgência da situação, mas também sabiam que a única forma de provar a inocência do chefe Walker era ter acesso à cena do crime. Eram poucas as alternativas de que dispun

CARTA DE AMOR - Amor Rejeitado

CARTA DE AMOR - Amor Rejeitado Sentado nas rochas junto ao Guincho deixo que o vento me despenteie. Sinto os salpicos da água salgada no rosto, como se fossem pequenas alfinetadas. Desejo que o vento me leve para longe, que o mar me afogue as mágoas, mas a dor continua… A solidão é insuportável, mas a vida continua… O meu pensamento voa em direção ao passado. Sem o desejar, revivo o momento em que te conheci. O tom claro dos teus cabelos ganhava um brilho especial sobe o efeito do sol. Parecia ter sido entrelaçado com fios dourados, colocados aqui e ali, como que ao acaso. Quando te viraste e sorriste, o sol escondeu-se envergonhado. Eu fiquei parado e boquiaberto. Nunca te tinha visto antes mas sentia por ti uma atração indescritível. Foi amor à primeira vista! Quando me sentei a teu lado tu sorriste e deixaste que eu ocupasse o único lugar vazio na explanada. Expliquei-te como se calculavam as prestações de capital, pelo método Francês e tu convidaste-me para

O CLUBE

O CLUBE O número vinte e três da Rue du Nord, no Luxemburgo, passava completamente despercebido. A entrada simples escondia um clube de gestores e de empresários bastante exclusivo. Para se ser membro tinha de se ocupar uma posição relevante na hierarquia empresarial: empresário ou administrador, de uma organização de dimensão relevante. Era sobretudo um clube da alta finança. A mulher estava acompanhada de três homens. A forma como o diálogo se desenvolvia demonstrava que era ela quem liderava o grupo. Desde que ele tinha chegado já a tinha ouvido falar quatro línguas distintas.   Efetivamente estava impressionado! Era partner de uma sociedade de capital de risco Espanhola, que geria três fundos, sediados no Luxemburgo, com um valor de ativos sob gestão de vários biliões. Tinha sido jogador de rugby e possuía uma estatura imponente. Tinha um metro e noventa e cinco de altura e uma largura de ombros que enchia uma porta. O rosto quadrado e os cabelos escuros, cortados à es

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 6

A JORNALISTA | PARTE I | CAPÍTULO 6 – O Interrogatório Ao fim de oito dias Roger já estava familiarizado com a rotina. Passava demasiado tempo na cela, consigo próprio e isso obrigava-o a pensar demasiado na sua situação. Quanto mais pensava no assunto mais negro via o futuro. Nada havia mudado mas a solidão é traiçoeira e nessas alturas alia-se ao pensamento para nos pregar partidas. Os cenários tinham todos um fim trágico e eram negros como o negrume de uma noite de inverno, sem luar. Quando o guarda o chamou para o interrogatório ele limitou-se a segui-lo. Caminhava em passos curtos mas ritmados. Sem pressas nem hesitações. Ele estava convencido da sua inocência mas, incapaz de a provar, depositava a esperança nos seus aliados: a advogada e o detetive particular. O fundamental era manter essa esperança viva. Como da última vez a sala estava vazia, entregue ao seu vigilante: o guardador de segredos. «Será que existem segredos?» Pensou. Quando a porta se abriu ele sobr

CARTA DE AMOR - Amor maduro

CARTA DE AMOR - Amor maduro Aquela noite tórrida do mês de Julho será sempre inesquecível! Foi a noite de todas as sensações. Foi a noite em que os nossos lábios se acariciaram, de forma sôfrega e atrapalhada. Foi a noite em que o teu odor invadiu os meus sentidos. Foi a noite em que os nossos corpos se encontraram e as tuas mãos percorreram o meu, deixando a sua marca em todos os poros. Foi a noite em que, ainda que o não soubesse, me apaixonei por ti! As outras mulheres tornaram-se irrelevantes. Não conseguia tirar-te do meu pensamento. A incerteza de não saber se para ti tinha sido apenas uma noite de aventura, mortificava-me o espírito. Que sentimento era aquele que me consumia com um fogo lento sem chama? Fui ao teu encontro já à tardinha: tinha sido uma noite longa, demasiado longa! Os teus braços envolveram-me de forma calorosa e o teu corpo colou-se ao meu, enquanto as nossas bocas se entreabriam para que as explorássemos num beijo quente, ardente