BENGALAS NO AR Ninguém sabe como tudo começou. A verdade é que nunca se sabia como a rixas começavam. Era o fim-de-semana das festividades em honra de são Roque, padroeiro de uma pequena aldeia do norte de Portugal. As comemorações prolongavam-se por todo o fim-de-semana, começando na sexta-feira e terminando na segunda. Os dias mais fortes eram o sábado e o domingo. O sábado era conhecido como o dia profano. As velhotas da aldeia e as famílias mais conservadoras, achavam mal os festejos ao sábado e o pároco da freguesia já por várias vezes tentara impedi-las. Fora sempre em vão. Naquele pequena aldeia a tradição também combatia o progresso e a inovação, duas forças que se confrontavam à escala mundial. O resultado tinha sido a manutenção do sábado como o dia profano. A aldeia acordava com uma salva de morteiros, no sábado de manhã, apesar de na sexta-feira se ter dançado noite dentro, ao som do piqué. Era o início oficial das festividades. No sábado de manhã havia a feir