A FIDALGA DA TORRE Decorria o ano de 1358, quando a Fidalga veio habitar a Torre. D. Alda Vasques chegou no pico da primavera com as cerejeiras engalanadas a dar-lhe as boas vindas. A descida para a Torre era íngreme e o empedrado romano estava escorregadio, obrigando os cavalos e as mulas a uma marcha lenta. O cortejo era magnífico e os súbditos juntaram-se para os receber. Nos dias que se seguiriam era certo e sabido que seriam motivo de conversa. A fidalga e a criadagem eram uma novidade para o povo simples da aldeia de Quintela, mas o que tinha verdadeiramente despertado a curiosidade era a jovem que se sentava ao lado de D. Alda. A donzela tinha levantado o véu, que lhe protegia o rosto alvo, tornando visível a sua beleza. O corpo delgado sentia-se confortável dentro do corpete. A blusa branca de folhos, adornando um generoso decote, evidenciava os seios redondos, que espreitavam, parecendo querer libertar-se. Os jovens assobiavam baixinho, devido ao respeito,