Das raízes que o fecundaram, pela
serra foi separado,
O outrora pinheiro, ganha nova
vida afinal…
De luzes tremeluzentes e bolas
coloridas enfeitado,
Deixou de ser apenas pinheiro, é
uma árvore de Natal!
À sua volta, dispostas com graça e
amor,
As prendas, que o magro salário
permitiu ousar.
Ricos presentes? Para alguns, sim
senhor!
Para esta humilde família, um
Natal para celebrar…
Batem à porta… Quem poderá ser?
Abre-se a medo, para o
desconhecido entrar.
Do magro repasto lhe dão de comer,
São poucas a iguarias, mas amor
não há-de faltar.
O velho senhor faz menção de se
retirar,
Com os olhos rasos de água e pleno
de emoção.
Abandona o aconchego, para ao
relento pernoitar…
Com fervor, agradece a partilha da
refeição!
Pai! Chama o filho mais novo, que desperta,
Soerguido no sofá, onde ainda
estava deitado.
- Alberga o senhor, hoje é noite
de festa,
Lá fora está frio, ele vai passar
um mau bocado!
Partilharam as prendas e o
aconchego,
Do pouco que tinham, com amor
abriram mão.
Dos bens se libertaram, com
desapego,
Sentindo que o amor lhes enchia o
coração.
Os bonitos embrulhos distribuíram com
ardor,
Continham simples artigos, mas com
utilidade.
Davam-se prendas simples, mas com
valor,
Ficava por satisfazer tanta
necessidade!
Pegando no saco preto, que
arrastava pelo chão,
Agradeceu a prenda, que sem
esperar recebia.
O velho senhor abriu-o, provocando
grande admiração,
E a todos os presentes belas
prendas distribuía.
Milagre! Exclamou, em alvoroço, a
mãe.
Obrigado! Gritaram os restantes sem
perceber…
É que quem dá do pouco que tem,
O muito que lhe faz falta, merece
receber!
Manuel Mota, Natal 2014
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