Avançar para o conteúdo principal

EPIFANIA BENFIQUISTA





Em mentes visionárias e com sabedoria!
Faz tempo que a ideia germinou.
Cosme Damião teve uma Epifania.
Abrindo as asas, a Águia voou.
Porque sonhais senhor, com alma e emoção?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Sem meios, mas com coragem e amor,
Tudo começou no campo da Feiteira.
Pelejando com tenacidade e ardor.
Com orgulho ergueram a tua bandeira!
Porque lutais senhor, com tanta devoção?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Para os seus compromissos honrar,
À alma benfiquista fazendo Jus.
De campo em campo teve de saltar,
Poisando por fim, a Águia na luz!
Porque voas senhora, em busca da razão?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


De heróis está repleta  a sua história,
Figuras nacionais, de reconhecido valor!
De todos eles guardamos boa memória.
Seja ciclista, atleta ou jogador!
Porque labutas senhor, com tanta paixão?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Provaram o seu valor com alma e génio!
Fazendo-o cada um à sua maneira.
Nené, Águas, Torres, José Augusto ou Arsénio.
E o grandioso Eusébio da Silva Ferreira!
Porque pelejas senhor, com desportivismo são?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!

Foram muitos os títulos conquistados,
Lutando de forma impar, entre os seus pares!
Vencendo com orgulho, mas respeitando os derrotados,
Sem falsa modéstia, da sua importância dando-se ares!
Porque falais senhor, das vitórias com devoção?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Ó Benfica, estás onde te queremos!
Ano de glória! Ano de vitórias, pois então!
É aquele que hoje gloriosamente vivemos,
Muito antes do fim, já és campeão!
Porque saltas senhor, no Marquês fazendo um festão?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Nas quatro frentes onde  vos confrontais,
Valorosos adversários, ficaram para trás!
És campeão, mas ainda tens mais três finais,
O trono de rei, outra vez conquistarás!
Porque te multiplicas senhor, sem saber dizer não?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Ganhar a final, vamos embora!
Europeu com garra. Claro que sim!
Para trás já ficou a “Velha Senhora”
Mas para a final, regressaste a Turim!
Porque viajas senhor, numa luta sem rendição?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Final europeia, plena de emoção!
Jogaste com garra e sem falsas vaidades,
O apito funcionou, ou talvez não...
Foste traído nas grandes penalidades!
Porque sofreis senhor, esta injusta condenação?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!

Atacar e marcar, no teu ADN está.
Mas muito mais importante é vencer!
Faltam-te jogadores, atacar já não dá!
Como renasces também a defender!
Porque correis senhores, parecendo mais do que são?
Porque somos benfiquistas, com a mente e o coração!

Aqui d’el rei à taça a que ninguém liga!
Diz quem já não pode ganhar o troféu!
Se ninguém liga à taça da Liga.
Liga o Benfica, que o quer como seu!
Porque ambicionas senhor, aumentando a coleção?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Venha mais um e outro troféu,
Ganhar é bom e nunca fez mal!
Este Benfica também quer como seu,
O troféu da taça de Portugal.
Porque amealhas senhor, em mais uma repetição?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!


Ano triunfal, cobriste-te de glória!
Que feito notável ousaste alcançar.
Por mais que te igualem, fica na história,
As três competições foste o primeiro a ganhar!
Porque cresceis senhor, assim com tanta ambição?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!

Cosme Damião teve uma epifania,
Entre os bons ser o melhor!
Com intervalos na sua hegemonia,
Ser benfiquista é ser vencedor!
Porque não te cansas senhor, de andar nessa direção?
Porque sou benfiquista, com a mente e o coração!

Manuel Mota, Lisboa 20 de Maio de 2014


Comentários

Mensagens populares deste blogue

O SEMÁFORO

O SEMÁFORO Na cidade do Porto, numa rua íngreme, como tantas outras, daquelas que parecem não ter fim, há-de encontrar-se um cruzamento de esquinas vincadas por serigrafias azuis, abertas sobre azulejos quadrados, encimadas por beirais negros de ardósias, que alinham, em escama, até ao cume e enfeitadas de peitoris de pedra, sobre os quais cai a guilhotina. Estreita e banal, sem razões para alguém perambular, esta rua, inaudita, é possuidora de um dispositivo extraordinário, mas conhecido de muito poucos: Um semáforo a pedal, que sobreviveu, ao contrário dos “primos”, tão em voga na década de sessenta, na América Latina. No início do século XX, o jovem engenheiro, François Mercier, de génio inventivo, mudou-se para o Porto. Apesar do fracasso em França e na capital, convenceu um autarca de que dispunha de um dispositivo elétrico e económico, bem capaz de regular o trânsito dos solípedes de carga, carroças, carros de bois a caleches, dos ilustres senhores. O autarca

CARTAS DE AMOR - AMOR IMPOSSÍVEL

CARTAS DE AMOR - AMOR IMPOSSÍVEL As palavras não me ocorrem perante a imensidão do sentimento que me invade o peito. Digo-te aquilo que adivinhas pois os meus olhos e os meus gestos não o conseguem esconder. Amo-te! Amo-te desde o primeiro dia em que entrei na empresa e tu me abriste a porta. Os nossos olhares cruzaram-se e, por instantes, olhamo-nos sem pestanejar. Senti que tinha encontrado a minha alma gémea. O meu coração acelerou quando me estendeste a mão e te apresentas-te. Apenas uma semana depois soube que eras casada. Chorei a noite toda. Não conseguia aceitar que não fosses livre para poder aceitar o meu amor e retribuí-lo como eu tanto desejava. Desde esse dia vivo em conflito: amo-te e por isso quero estar a teu lado, mas não suporto estar a teu lado, sem poder manifestar-te o meu amor. Quero fugir dessa empresa, não quero mais ver-te se não te posso ter, mas não consigo suportar a ideia de não te ver todos os dias. Tu és o sol que ilumina o meu dia, mas és

O BILHETE

O BILHETE Com os cadernos debaixo do braço ele subiu a escadaria do Liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real. Vivia numa aldeia próxima e tinha vindo a pé. Tinha vários irmãos e como estavam todos a estudar, tinham de poupar em tudo o que era humanamente possível. Já estava com saudades das aulas! Era irónico que tal fosse possível pois os jovens preferem as férias. Não era o seu caso. Tinha vindo de Angola e, por falta de documentos, tinha ficado um ano sem estudar, trabalhando na quinta, ao lado do pai, enquanto os irmãos iam para as aulas. Estudar era, portanto, a parte fácil. Procurou a sala onde a sua turma tinha aulas: Ala este, piso zero, sala seis. Filipe era um aluno acima da média, mas a sua atitude era de grande humildade: esperava sempre encontrar alguém melhor que ele. Dado que tinha ficado um ano afastado da escola estava com alguma expectativa em relação à sua adaptação, mas confiante nas suas capacidades. Não tardou em destacar-se e no fim do primeiro tri