A SÓSIA
A mulher sentiu que despertava. Na
memória, a imagem vaga da ambulância, dos polícias e tiros. «Será que tudo não passou
de um sonho?» Interrogou-se. O corpo manietado e aquela sensação de frio, que
lhe invadia as entranhas, estavam bem presentes. Tempos horríveis! O medo tomou
novamente conta dela e o corpo entrou em convulsões. A visão turva permitiu-lhe
distinguir a silhueta familiar do seu carcereiro, debruçando-se sobre ela.
«Novamente a tortura.» Pensou com desalento. A vestimenta e máscara, brancas
como a cal. «Agora estão de azul?» Perguntou. Virou a cabeça e viu o monitor
UTI. Estava no hospital Lusíadas!
Comentários
Enviar um comentário