A LÁGRIMA
Uma lágrima, singela, teimosa, busca do seu deleite a
razão.
Na alegria gerada saltita por um rosto contente e feliz!
Por sofrimento ou raiva, jorra sem qualquer contemplação...
Num apelo mudo surge no rosto de um qualquer petiz.
Quem és tu e donde vens, numa mensagem muda e estridente?
Sou a mensageira da alma, trago novas do sentir da gente!
No peito bate um coração em ritmo acelerado.
O rosto comprime-se ao espessar tanta comoção!
Choras e ris com um ar estúpido e meio atordoado.
É alegria! Clamas tu. O motivo de tal confusão.
Porque choras jovem, num desconcerto orquestrado?
Choro de emoção é a alegria de ter triunfado!
Húmidas e espessas, escorrendo pela face em torrente!
Lavam os olhos cansados, tão tristes e tão chorosos...
Em sofrimento geradas, escaldam a face e libertam a mente.
Fundem-se com o eco dos lamentos clamorosos!
Porque chorais vós que lidais com a vida em cada momento?
É a alma pesada que se liberta do sofrimento!
Por um choro pesado e convulsivo fostes libertadas...
Desconhecendo do vosso nascimento a verdadeira razão!
São as lágrimas que escorrem pela face em desalento.
Penas de amor que oprimem o peito e sufocam o coração!
Porque chorais senhora num lamento triste e condoído?
Liberto a dor que torna pesado o meu coração sofrido!
Um esgar de raiva, gritos e blasfémias de forma sentida.
A expressão frustrada por algo desejado e não conseguido.
É o desespero que por momentos controla a vida!
Surgem as lágrimas num rosto colérico e compungido...
Porque choras senhor, sem controlo nem moderação?
Liberto a alma desta raiva que me tolda o siso e a razão!
Um apelo mudo por gestos e gemidos transmitido...
Não alcança o destino tão ansiosamente desejado.
Berrando e chorando numa sinfonia sem sentido.
Fala o bebe sem uma palavra ter pronunciado...
Porque choras tu num incessante esbracejar?
Quero alimento mas ainda não sei falar!
Manuel Mota
Algures nos céus da europa – Voo da
Luftansa 27/09/2016
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