AMOR
MADURO TAKE 3
A
tua carta iluminou o meu dia. A manifestação de amor que te enviei não pressupunha
a existência de uma resposta, por isso foi grande a surpresa, mas ainda maior a
satisfação. Amar-te tem sido uma bênção, mas saber-me merecedor de um amor como
o que me declaras é a felicidade suprema. A vida vivida, verdadeiramente, a
dois não é nem fácil nem simples, mas, existindo amor, tudo fica mais fácil e mais simples. As
dificuldades e os problemas não desaparecem, mas, a perspetiva com que olhamos
para eles, torna-os mais leve, facilitando a tarefa de encontrar uma solução.
Revivo
os momentos que passamos juntos. Analiso os problemas que tivemos de
ultrapassar, os obstáculos que a vida nos colocou, todos os sucessos e insucessos
que tivemos, apenas para concluir: na base de tudo, esteve sempre o amor. O amor
esteve presente, quando nos ajudamos um ao outro. Esteve presente, quando nos
incentivamos para prosseguir com energia redobrada. Esteve presente, quando
desculpamos os erros do outro, reconhecendo que não somos perfeitos. Não
precisou de ser invocado, não necessitou de ser proclamado aos quatro ventos,
apenas precisou de estar presente. Essa omnipresença silenciosa é o poder
secreto do amor.
Ninguém
vive uma vida duas vezes, mas se tal fosse possível, seguramente que mudaríamos
muitas coisas na forma como vivemos, até porque seria uma vida diferente.
Apesar disso, eu estou convicto que continuaria a amar-te e que seria contigo
que eu decidiria viver a minha vida. Se mil vezes reencarnasse, seriam mil as
vidas que viveria a teu lado e caso não te encontrasse, o meu espírito procuraria
por ti em milhares de mundos distintos, ainda que pudesse passar contigo apenas
breves instantes. Essa é a natureza e a profundidade do meu amor.
Este
amor é uma chama que me devora sem me consumir, é uma fogueira que arde sem
combustível, a não ser o próprio amor. É uma dor que me consola de forma
inexplicável, mas devastadoramente simples. É, enfim, um sentimento tão forte que
enobrece o próprio vilão.
Nos
caminhos da vida seguimos de mãos dadas e quando estes se tornaram estreitos e
deixamos de poder caminhar, lado a lado, tu deste-me a dianteira, mas eu nunca
te deixei para trás. Na dianteira, eu desbravava caminho, incentivando-te a
seguir-me e na retaguarda, tu suportava a minha caminhada, dando-me alento e
conforto para avançar. Separados pelo caminho, fomos uno na caminhada!
Tão
importante como amar é deixar-se amar. A existência de apenas um, torna a
relação unívoca, quando o amor apenas floresce numa relação biunívoca. Amar e
deixar-se amar são duas faces da mesma moeda, uma moeda que trouxeste para a
nossa vida a dois e que eu guardei no meu mealheiro. Essa é a moeda de troca da nossa relação: uma
moeda única, mas com duas faces.
Este
reconhecimento das nossas limitações e aceitação das nossas imperfeições
tornou-nos fortes e permitiu-nos encarar as falhas do parceiro sem aquela
desilusão, capaz de matar qualquer sentimento. Foi o amor que nos permitiu
identificar as nossas fraquezas e torná-las na nossa força. Por isso eu não me
canso de te dizer: AMO-TE.
Que maravilha! Que lindo! Fiquei consternado com tanta sensibilidade!
ResponderEliminarObrigado. Na série cartas de amor o que é colocado no papel são sentimentos reais. Os amores e as desilusões vividas por pessoas reais. Quiçá por mim!
Eliminar