A
OUTRA
Lisboa,
hospital Lusíadas. O monitor do UTI disparou. «Emergência quarto 12» Gritou uma
enfermeira. A mulher sentiu que despertava. Na memória, a imagem vaga dos
polícias e ambulância «Será que tudo não passou de um sonho?» Interrogou-se. O
corpo manietado e aquela sensação de frio, que lhe invadia as entranhas, estavam
bem presentes. Tempos horríveis! O medo tomou novamente conta dela e o corpo
entrou em convulsões. A visão turva permitiu-lhe distinguir a silhueta familiar
do seu carcereiro, debruçando-se sobre ela. «Novamente a tortura!» Pensou em
desespero. A vestimenta e máscara, brancas como a cal. «Agora estão de azul?» Perguntou-se.
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