UM
SORRISO
Acordou sobressaltada! O som
baço de algo a bater na cama foi seguido do contacto. «Será um ladrão?» Pensou.
Sim era um ladrão de beijos. Nem os carinhos do marido conseguiram suavizar o
acordar. A noite tinha sido terrível e não tinha conseguido dormir com o calor.
Quando finalmente saiu da cama já o marido estava na cozinha. O humor era de
cão. «Bolas, porque é que tenho de ir trabalhar hoje?» Disse ela, falando com a
imagem do espelho. Tomar banho e arranjar-se suavizou um pouco o estado de
espírito, mas continuava com uma expressão de poucos amigos.
Finalmente dirigiu-se para a
cozinha, apresada e com ar carrancudo. «Nem sei bem o que vou comer!» Pensou.
Apenas desejava que ninguém se atravessasse no seu caminho, pelo menos até ter
tomado o seu café. Mas antes disso ainda tinha de fazer as torradas. «Que
saco!» Disse, enquanto abria a porta da cozinha.
O marido estava de pé,
frente à máquina do café e, quando ela entrou, virou-se com um sorriso rasgado.
«Bom dia meu amor!» Disse ele, apesentado na mão esquerda uma chávena de café fumegante
e aromático e na direita um prato com duas torradas. «Queres que coloque
manteiga?» Perguntou ele. Ela ficou presa naquele sorriso e subitamente o mau
humor desapareceu. Tudo estava bem.
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