LISBOA
Já não te reconheço…
Foi-se o chiar dos travões e a
fumaça.
Perdeste a voracidade dos
condutores…
Da janela, vejo que quem passa,
Foge de ti, profilático: ao rufar
de tambores!
Deixa regressar a vida, é o que
te peço!
Já não te reconheço…
Agora, com cada praça vazia,
Fazes um voto, singelo, de
solidão.
Ao invés de bailar de alegria.
Silenciada, velas pela nossa
salvação.
Mas a tua folia eu não esqueço!
Já não te reconheço…
Fechou a porta do bar e do
restaurante,
Hotéis a navelar o regresso dos
turistas.
Finou-se a noite: tão bela e
vibrante!
Os miradouros, a querer
galhardear as vistas…
Mas de ti eu não me despeço!
Já não te reconheço…
Assombrados por esta solidão,
Pela vida, em casa, o viver celebramos.
Graças à tecnologia: damos a mão!
Fechados, pois de quarentena estamos.
Mas pagamos, seja qual for o
preço!
Já não te reconheço…
Com juras de amor, exalto o
momento.
Quero ver-te sorrir pelo Verão.
Pelas tuas ruas: apenas o
pensamento!
Chora de saudade o nosso coração.
Lisboa, o meu anelo, por ti,
confesso!
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