AMO-TE
Amo-te: Mais do que
uma palavra, um ato a praticar na hora certa!
Ele chegou a casa tarde. Mal
abriu a porta viu a mulher sentada no sofá, com os filhos, à espera. A sua má
disposição aumentou ainda mais, como se eles fossem responsáveis pelo péssimo
dia e pelo seu atraso. Hesitante, entre manifestar a sua má disposição ou
desculpar-se, dirigiu-se para a sala.
«Boa
noite. O dia foi um inferno! É sempre assim. Eu já sei, nunca posso combinar
nada!». Disse ele, olhando para a esposa com ar acusador, ao mesmo tempo que a
beijava.
«Pai
não te esqueceste do bolo pois não?»
Ele deitou as mãos à cabeça.
«Que raio de vida! Como é que me fui esquecer do bolo do rapaz? E agora como
vou sair desta?» Pensou. Abriu a boca para responder ao filho mas foi
interrompido pela esposa.
«O teu pai não se esqueceu de nada. Combinamos
que era eu a trazer o bolo.» Disse a esposa, levantando-se.
Pedro ficou mudo e especado.
Não sabia como reagir àquela situação. Ele tinha entrado em casa com duas pedras
na mão, jogando para cima da esposa toda a sua raiva e frustração, sem que ela
tivesse culpa e ela, ao invés de retorquir, safava-o assim daquela enrascada. A
esposa abraçou-o.
«Sabes
que te amo muito. Muito mesmo!» Disse-lhe ela, ao ouvido.
O semblante de Pedro
desanuviou-se e relaxou os ombros. A tensão desapareceu. Conteve a lágrima que
teimava em espreitar no canto do olho e retribuiu o abraço.
«Obrigado
meu amor.» Disse ele, beijando-a com infinito carinho.
Ela levou-o pela mão até à cozinha
e os filhos foram atrás.
«Aqui
está o bolo, meu filho.» Disse a mãe, entregando ao filho o seu bolo preferido.
Um bolo de chocolate. Um
chocolate simultâneamente doce e amargo, como o amor!
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