COVID -19 | RELATÓRIO DO DIA 21/03/2020
Cá estou com a informação atualizada e com os meus
comentários sobre os números. Nas últimas 24 horas registou-se alguma melhoria
porque, quer os casos suspeitos, quer os infetados viram a sua taxa media de crescimento
acumulada reduzir.
São boas notícias, mas claramente insuficientes, pois
o decréscimo é muito lento, como veremos em seguida. Ainda não decorreram 14
dias desde que foram tomadas as primeiras medidas (encerramento das escolas e
outos espaços públicos), por isso ainda não estamos a colher, na sua totalidade
os benefícios das mesmas. Vamos aos números.
A – ANÁLISE GLOBAL
INFETADOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período:40,5%
versus 41,4%, no dia anterior
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 52,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 33,5%
versus 37,1%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 25,9% versus 29,6%, no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos que:
·
O crescimentos dos últimos 8 dias é claramente inferior
ao dos primeiros 8 dias(33,5% versus 52,9%) e inferior à media
diária de crescimento (33,5% versus 40,5%). O diferencial entre os dois
números aumentou, o que é uma boa notícia.
·
A evolução do último dia quando comparado com o
penúltimo, regista uma melhoria (25,9% versus 29,6%).
·
Embora a amostra ainda seja pequena, permitir para
grandes estimativas, parece que continuamos a conseguir reduzir a
intensidade do crescimento, ou seja, a empurrar a curva para baixo .
CASOS SUSPEITOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período: 28,4%
versus 28,5%.
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 21,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 28,5%
versus 28,9%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 27,4% versus 27,6% no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos:
·
O crescimento dos últimos 8 dias é superior ao
dos primeiros 8 dias (28,5% versus 21,9%), embora a tendência seja de redução
desta diferença e é quase igual à media diária de crescimento
28,5% versus 28,4%).
·
Esta evolução é idêntica à dos caos infetados, evidenciando
uma redução da intensidade do crescimento.
·
Note-se que a percentagem de suspeitos que estão
infetados tem vindo a aumentar, no entanto situa-se hoje nos 13,0% , versus 13,2%
no dia anterior. Se não considerarmos o comportamento anormal verificado no dia
13/03, em que o crescimento dos suspeito foi astronómico (105%), registamos que
pela primeira vez se registou uma redução desta relação
MORTOS
1.
A taxa de mortalidade (óbitos/infetados) situa-se nos
0,94%, versus 0,59%, no dia anterior.
2.
Crescimento médio diário de todo o período: 86,1%
versus 56,5% no dia anterior.
3.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: NA
4.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: NA
5.
Crescimento do último dia: 100% versus 100,0%, no dia
anterior. Entramos numa fase em que a mortalidade tem um comportamento
exponencial. Dado que durante aproximadamente 15 dias tivemos registo de
infetados sem óbitos, será legítimo assumir que a curva de óbitos irá sempre
registar um atraso de 15 dias em relação às outras.
Comentários:
Os dados são insuficientes para a realização de análise
mais detalhadas. No entanto, faço notar que as médias calculadas dizem apenas
respeito ao período que se iniciou com o primeiro morto. Em todo caso estamos a
assistir a uma aceleração do crescimento do número de mortos o que é expectável
que continue a acontecer enquanto a curva dos infetados continuar a crescer
exponencialmente.
B – ANÁLISE POR
ZONAS GEOGRÁFICAS
Vejamos como cada uma das
regiões em que Portugal foi dividido contribui para os dados globais. Portugal foi
dividido em 8 regiões, a saber:
1.
Norte
2.
Centro
3.
Lisboa
4.
Alentejo
5.
Algarve
6.
Açores
7.
Madeira
8.
Estrangeiro
INFETADOS
Desde o aparecimento do primeiro
caso que o maior número de caso se verifica no Norte do país, com exceção dos
dias 15 e 16 em que Lisboa assumiu a liderança.
A situação atual é a
seguinte:
ÓBITOS
Não existe uma evidência de
uma corelação entre os número de infetado e o número de mortos uma vez que os
segundos estão mais associados à idade dos infetados e ao facto destes serem
portadores de outras doenças.
A situação atual é a
seguinte:
CONCLUSÕES
·
Ainda não é possível dizer com
segurança que as medidas tomadas estão a surtir o efeito desejado, mas começa a
desenhar-se uma tendência positiva de redução do efeito de aceleração do
crescimento.
·
O índice de mortalidade
apesar de ser mais baixo que a média mundial, está em franco crescimento, sendo
provável que se aproxime dessa média (esperemos que não se aproxime da média da
Itália).
·
Ainda estamos a registar um
crescimento exponencial muito acelerado o que significa que estamos longe do
pico da curva.
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