COVID-19 | RELATÓRIO DO DIA 22/03/2020
Cá estou com a informação atualizada e com os meus
comentários sobre os números.
· Nas últimas 24 horas registou-se alguma melhoria
porque, quer os casos suspeitos, quer os infetados viram a sua taxa media de crescimento
acumulada reduzir.
· A taxa de mortalidade baixou.
· O índice de infetados (infetados/suspeitos) aumentou.
São boas notícias, mas claramente insuficientes, pois
o decréscimo é muito lento, como veremos em seguida. Ainda não decorreram 14
dias desde que foram tomadas as primeiras medidas (encerramento das escolas e
outos espaços públicos), por isso ainda não estamos a colher, na sua totalidade,
os benefícios das mesmas. Vamos aos números.
A – ANÁLISE
GLOBAL
INFETADOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período:39,7%
versus 41,5%, no dia anterior
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 52,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 30,7%
versus 33,5%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 25,0% versus 25,9%, no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos que:
·
O crescimentos dos últimos 8 dias é claramente inferior
ao dos primeiros 8 dias (30,7% versus 52,9%) e inferior à media
diária de crescimento (30,7% versus 39,7%). O diferencial entre os dois
números aumentou, o que é uma boa notícia.
·
A evolução do último dia quando comparado com o
penúltimo, regista uma pequena melhoria (25,0% versus 25,9%).
·
Embora a amostra ainda seja pequena, para permitir grandes
estimativas, parece que continuamos a conseguir reduzir a intensidade do
crescimento, ou seja, a empurrar a curva para baixo .
CASOS SUSPEITOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período: 28,0%
versus 28,4%.
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 21,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 26,5%
versus 28,5%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 19,5% versus 27,4% no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos:
·
O crescimento dos últimos 8 dias é superior ao
dos primeiros 8 dias (26,5% versus 21,9%), embora a tendência seja de redução
desta diferença.
·
O crescimento
dos últimos 8 dias é, também, inferior à media diária de
crescimento 26,5% versus 28,0%).
·
Esta evolução é idêntica à dos casos infetados,
evidenciando uma redução da intensidade do crescimento.
·
Note-se que a percentagem de suspeitos que estão
infetados, depois de um ligeiro retrocesso verificado ontem, voltou a aumentar.
Hoje situa-se nos 13,6%, versus 13,0% no dia anterior.
ÓBITOS
1.
A taxa de mortalidade (óbitos/infetados) situa-se nos
0,88%, versus 0,94%, no dia anterior.
2.
O crescimento médio diário de todo o período: 69,5%
versus 86,1% no dia anterior.
3.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: NA
4.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: NA
5.
Crescimento do último dia: 16% versus 100,0%, no dia
anterior. Entramos numa fase em que a mortalidade tem um comportamento
exponencial. Dado que durante aproximadamente 15 dias tivemos registo de
infetados sem óbitos, será legítimo assumir que a curva de óbitos irá sempre
registar um atraso de 15 dias em relação às outras.
Comentários:
Os dados são insuficientes para a realização de análise
mais detalhadas. No entanto, faço notar que as médias calculadas dizem apenas
respeito ao período que se iniciou com o primeiro óbito. Em todo caso, estamos
a assistir a uma aceleração do crescimento do número de óbitos o que é
expectável que continue a acontecer enquanto a curva dos infetados continuar a
crescer exponencialmente.
B – ANÁLISE POR
ZONAS GEOGRÁFICAS
Vejamos como cada uma das
regiões em que Portugal foi dividido contribui para os dados globais. Portugal
foi dividido em 8 regiões, a saber:
1.
Norte
2.
Centro
3.
Lisboa
4.
Alentejo
5.
Algarve
6.
Açores
7.
Madeira
8.
Estrangeiro
INFETADOS
Desde o aparecimento do
primeiro caso que o maior número de caso se verifica no Norte do país, com
exceção dos dias 15 e 16 em que Lisboa assumiu a liderança.
A variação do último dia
representou um ligeiro aumento do peso das regiões norte e centros e uma
ligeira redução da região de Lisboa.
Graficamente, a situação
atual é a seguinte:
ÓBITOS
Não existe qualquer evidência
estatística de uma correlação entre os número de infetados e o número de mortos,
uma vez que os segundos estão mais associados à idade dos infetados e ao facto
de estes serem portadores de outras doenças.
Graficamente, a situação
atual é a seguinte:
CONCLUSÕES
·
Ainda não é possível dizer
com segurança que as medidas tomadas estão a surtir o efeito desejado, mas
começa a desenhar-se uma tendência positiva de redução do efeito de aceleração
do crescimento.
·
O índice de mortalidade
apesar de ser mais baixo que a média mundial, está em franco crescimento, sendo
provável que se aproxime dessa média (esperemos que não se aproxime da média da
Itália).
·
Ainda estamos a registar um
crescimento exponencial muito acelerado o que significa que estamos longe do
pico da curva.
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