COVID-19 | RELATÓRIO DO DIA 23/03/2020
Cá estou com a informação atualizada e com os meus
comentários sobre os números.
·
Nas últimas 24 horas registou-se alguma melhoria nas
tendências.
·
A percentagem de crescimento dos casos infetados
aumentou.
·
A percentagem de crescimento dos casos suspeitos
diminuiu.
·
A taxa de mortalidade aumentou.
·
O índice de infetados (infetados/suspeitos) aumentou.
·
Temos a primeira informação sobre os casos recuperados
De uma forma geral, são boas notícias, mas claramente
insuficientes, pois o decréscimo é muito lento, como veremos em seguida. Ainda
não decorreram 14 dias desde que foram tomadas as primeiras medidas
(encerramento das escolas e outos espaços públicos), por isso ainda não estamos
a colher, na sua totalidade, os benefícios das mesmas. Vamos aos números.
A – ANÁLISE
GLOBAL
INFETADOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período:39,1%
versus 39,7%, no dia anterior
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 52,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 29,9%
versus 30,7%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 28,8% versus 25,0%, no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos que:
·
O crescimentos dos últimos 8 dias é claramente inferior
ao dos primeiros 8 dias (29,9% versus 52,9%) e inferior à media
diária de crescimento (29,9% versus 39,1%). O diferencial entre os dois
números aumentou, o que é uma boa notícia.
·
A evolução do último dia quando comparado com o
penúltimo, regista agravamento (28,8% versus 25,0%).
·
Embora a amostra ainda seja pequena, para permitir grandes
estimativas, parece que continuamos a conseguir reduzir a intensidade do
crescimento, ou seja, a empurrar a curva para baixo, apesar do ligeiro
retrocesso do último dia.
CASOS SUSPEITOS
1.
Crescimento médio diário de todo o período: 27,4%
versus 28,0%.
2.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: 21,9%
3.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: 24,8%
versus 26,5%, no dia anterior
4.
Crescimento do último dia: 19,5% versus 16,1% no dia
anterior
Comentários:
A análise dos números diz-nos:
·
O crescimento dos últimos 8 dias é superior ao
dos primeiros 8 dias (24,8% versus 21,9%), embora a tendência seja de redução
desta diferença.
·
O crescimento
dos últimos 8 dias é, também, inferior à media diária de
crescimento 24,8% versus 27,4%).
·
Esta evolução é idêntica à dos casos infetados,
evidenciando uma redução da intensidade do crescimento.
·
Note-se que a percentagem de suspeitos que estão
infetados, depois de um ligeiro retrocesso verificado ontem, voltou a aumentar.
Hoje situa-se nos 15,1%, versus 13,6% no dia anterior.
ÓBITOS
1.
A taxa de mortalidade (óbitos/infetados) situa-se nos 1,12%,
versus 0,88%, no dia anterior.
2.
O crescimento médio diário de todo o período: 68,6%
versus 69,5% no dia anterior.
3.
Crescimento médio diário dos primeiros 8 dias: NA
4.
Crescimento médio diário dos últimos 8 dias: NA
5.
Crescimento do último dia: 68,6% versus 16,7%, no dia
anterior. Entramos numa fase em que a mortalidade tem um comportamento
exponencial. Dado que durante aproximadamente 15 dias tivemos registo de
infetados sem óbitos, será legítimo assumir que a curva de óbitos irá sempre
registar um atraso de 15 dias em relação às outras.
Comentários:
·
Os dados são insuficientes para a realização de análise
mais detalhadas. No entanto, faço notar que as médias calculadas dizem apenas
respeito ao período que se iniciou com o primeiro óbito.
·
Em todo caso, estamos a assistir a uma aceleração do
crescimento do número de óbitos o que é expectável que continue a acontecer,
enquanto a curva dos infetados continuar a crescer exponencialmente.
RECUPERADOS
1.
Embora já existisse informação sobre recuperados, é o primeiro
dia em que esta aparece sistematizada.
Comentários:
·
Trata-se do primeiro dia com dados não sendo possível apresentar
uma análise devidamente suportada
B – ANÁLISE POR
ZONAS GEOGRÁFICAS
Vejamos como cada uma das regiões
em que Portugal foi dividido contribui para os dados globais. Portugal foi
dividido em 8 regiões, a saber:
1.
Norte
2.
Centro
3.
Lisboa
4.
Alentejo
5.
Algarve
6.
Açores
7.
Madeira
8.
Estrangeiro
INFETADOS
·
Desde o aparecimento do primeiro caso que o maior
número de caso se verifica no Norte do país, com exceção dos dias 15 e 16 em
que Lisboa assumiu a liderança.
·
A variação do último dia representou um ligeiro
aumento do peso das regiões Centro e sul e uma ligeira redução da região do
norte.
Graficamente, a situação
atual é a seguinte:
ÓBITOS
·
Não existe qualquer evidência estatística de uma correlação
entre os número de infetados e o número de mortos, uma vez que os segundos
estão mais associados à idade dos infetados e ao facto de estes serem
portadores de outras doenças.
·
No último dia registou-se um aumento do peso das
regiões do Norte e Lisboa e uma redução do peso da região centro. O norte
continua a liderar
Graficamente, a situação
atual é a seguinte:
RECUPERADOS
·
Em termos percentuais o centro é a região que
apresenta maior percentagem de recuperados e o norte a que apresenta a menor.
·
A relação entre os recuperados e os infetados demonstra
que a região Norte, para além de ser a que tem mais infetados, é a que
apresenta uma percentagem de recuperação menor, sendo que a região centro é a
campeã.
CONCLUSÕES
·
Ainda não é possível dizer com segurança que as
medidas tomadas estão a surtir o efeito desejado, mas começa a desenhar-se uma
tendência positiva de redução do efeito de aceleração do crescimento.
·
Ainda estamos a registar um crescimento exponencial
muito acelerado o que significa que estamos longe do pico da curva.
·
O índice de mortalidade apesar de ser mais baixo que a
média mundial (1,12%), está em franco crescimento, sendo provável que se
aproxime dessa média (esperemos que não se aproxime da média da Itália).
·
O índice de recuperação situa-se no 0,7%, mas, como se
trata dos primeiros resultados ainda não é possível tirar grandes conclusões
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